quinta-feira, 27 de junho de 2013

O Príncipe, de Maquiavel

Resenha

O Príncipe é um livro de Maquiavel a um governante, e tem por finalidade ensinar como chegar e como manter o poder, nesse livro se expressa a noção de estado como conhecemos pela primeira vez, Maquiavel é chamado de o pai da ciência política moderna.

 Maquiavel prima pela eficiência, seus conselhos são práticos, do tipo ponha a mão na massa e faça acontecer, Maquiavel não perde tempo com meias palavras e nem se importa de ser politicamente correto, contanto que consiga transmitir seu conselho e que seu conselho sirva para alcançar o objetivo proposto.

 Maquiavel ao tratar de um novo governo ele diz que esse é mais difícil que manter um governo antigo, pois o povo já estava acostumado com o antigo governo, e seu conselho é conservador, manda evitar a transgressão dos costumes dos povos, pois se os costumes permanecem o povo tende a esquecer a mudança de governo e tudo corre bem.

  Maquiavel ao tratar de uma conquista de um território da mesma região, língua e costumes aconselha um ato nada politicamente correto que é aniquilar a linhagem antiga dos soberanos, para evitar que eles estando vivos conduzão seus simpatizantes à retomada do território. Maquiavel mostra que não se importa com o que se faça para manter o poder, desde que o poder seja mantido.

  Maquiavel diz que se uma província de costumes e língua diferentes for conquistada é por bem que o monarca se mude para ela para que o novo povo se sinta agraciado com a presença do monarca, ou seja, conquista pelo mimo e pelo paparico. Porém ele vai mais longe, diz que é preciso trata-los bem, ou então aniquila-los, pois ainda que se vinguem de pequenas injúrias não se vingarão de  graves agressões. Ou seja, por medo de vingança aja na frente, seja mais rápido.

Maquiavel diz que um príncipe que governa com barões deve esperar que alguns queiram inovar, e que isso abre caminho para um invasor,e nesse caso deverá aniquilar os nobres revolucionários.

Ao se dominar um Estado acostumado com a liberdade, e com suas próprias leis, Maquiavel mostra três formas e mantê-lo: primeira, arruinando-o; segunda, habitando-o (ver Capítulo III); terceira, permitindo-lhe que viva seguindo suas próprias leis, pondo-lhe tributos e pondo ali um governo de poucas pessoas que sejam mantidas amigas.

Esses ensinamentos de Maquiavel nos mostram que o Príncipe , sempre mais que tudo, deve manter o povo, diríamos talvez que, inconsciente , enganados com a situação de que tudo está bem e de que o Príncipe é bom; quando não se pode dar essas impressões ao povo segundo Maquiavel deve-se aniquilá-lo para que o poderio do monarca continue, pois caso o contrário, o povo se revoltará, derrubando o monarca.

 Assim o monarca deve sempre procurar estar bem com o povo, pois este último tendo consciência ou não, é sempre a força maior; apesar de sempre ser a classe inferior. O que seria de um reino sem povo? Quem pagaria os tributos? Quem trabalharia pra sustentar os luxos do Príncipe? Quem seria governado? O Príncipe só é Príncipe quando tem quem governar.
Maquiavel diz que os que chegaram ao poder seguiram passos trilhados por outros, e praticas usadas por outros, e que usar as práticas bem sucedidas evita a perda de poder, e que inovações são perigosas e podem por tudo a perder caso não seja bem aceita. Instituir uma nova ordem é perigoso, cria inimigos com os beneficiários da antiga ordem.
Maquiavel diz que a natureza dos povos é lábil: é fácil persuadi-los de uma coisa, mais é difícil que mantenham sua opinião. E que convém ordenar tudo de modo que, quando não mais acreditarem, se lhes possa fazer crer pela força. Quem com suas próprias armas consegue algo, valoriza mais do quem conquista com armas alheias.
Quem chega ao poder em troca de dinheiro ou pela graça alheia, com muita dificuldade manter-se-á no poder. Só com muito engenho e valor poderá se manter. Chegar ao poder dessa forma, é chegar despreparado, sem raízes; quem não cuidar de procurar se estabilizar, valorizar, tornar-se astuto, perderá o Estado. Ou no caso se é possível prever, se deve suprir essas carências bem antes.

O Príncipe deve sempre agir pensando no povo, pois na verdade é o povo quem detêm o poder e a força. Com um monarca cruel, o povo se torna amedrontado e injuriado, acabando por se reunir e destruir seu poderio. Porém quando os benefícios vêm, o povo se sente feliz e quer bem o monarca, o que diminui consideravelmente a possibilidade de conspiração.

Na visão de Maquiavel, governo civil é governo em que o cidadão se torna soberano pelo favor de seus concidadãos.

A dificuldade é maior de manter-se no poder o Príncipe que chegou ao poder através da aristocracia do que o que chegou através do povo, pois a aristocracia se considera igual ao monarca, sendo que o soberano não pode assim dirigi-los ou ordenar em tudo que lhe apraz.

A aristocracia quer oprimir; e o povo apenas não quer ser oprimido. Quem chegar ao poder deve sempre manter a estima do povo, isso será conseguido o protegendo. O povo é quem está com o Príncipe na adversidade, quem o povo está com ele, é difícil derrubá-lo do poder.
Todos os Príncipes devem preferir ser considerados clementes, e não cruéis. Porém deve se saber usar essa clemência. Quando o objetivo é manter o povo unido e leal, o Príncipe não deve se importar em ser tido por cruel; os Príncipes novos no poder não podem fugir da reputação de cruel, pois estes estados são os mais perigosos.
Seria bom que o Príncipe fosse ao mesmo tempo amada e temido, mas como essa junção é difícil, é preferível que seja temido. Temido de forma que, se não é possível conseguir o amor de seus súditos, se evite o ódio; o que é conseguido não atentando contra as mulheres e os bens dos súditos e cidadãos. Se for necessário que o Príncipe decrete a execução alguém, que este dê um bom motivo.
Quando o Príncipe está à frente do exército deve manter a fama de cruel, ou caso o contrario, o monarca não conseguirá comandar com êxito. O amar vem de acordo com cada homem, mas o temor lhes é imposto; sendo assim o Príncipe deve fazer o uso do que lhe tem nas mãos, e não no que depende da vontade alheia.
É esperado de um Príncipe que mantenha sua palavra empenhada, e viver com integridade e não com astúcia. Todavia nem sempre o Príncipe pode agir com boa-fé, principalmente quando é necessário para isso ele ir contra os próprios interesses e quando os motivos para que mantenha a palavra não existam mais.
Pode-se lutar de duas formas: pela lei e pela força. Sendo a primeira própria dos homens; a segunda própria dos animais. Contudo uma não é duradoura sem a outra. Quando se é necessário que o Príncipe aja como um animal, deve saber agir como o leão e a raposa; o leão para afugentar os lobos e a raposa para fugir das armadilhas. O que importa para um Príncipe é a aparência que passa para os seus subordinados, muitas vezes sendo o contrário do que pensa o povo, mas conseguindo esconder o que se é de verdade.
Os Príncipes devem tomar o cuidado que suas decisões sejam irrevogáveis, e que as sustente de tal forma que a ninguém ocorra enganá-lo ou deslocá-lo.  Os Príncipes sábios tentam sempre não aborrecer os grandes e agradar o povo. Pode-se fazer isso deixando reservado aos grandes as tarefas como os julgamentos isso pra eles é estima, todavia o monarca deve ele mesmo fazer os favores. O Príncipe deve sempre tomar cuidado para não injuriar alguém de cujos serviços se utilize.
Sempre o que conta para o Príncipe é o que seus súditos sentem por ele; se o povo sente ódio ou desprezo, e ainda por cima, não o temem, o Estado será perdido facilmente.
  

domingo, 2 de junho de 2013

Autoridade, Poder e Delegação

(José Alencar Lisboa)
Resenha

A autoridade apesar de ser muito usada é pouco compreendida, ela é semelhante ao sistema nervoso do corpo humano, é como o cérebro, sem ele o corpo não funciona, igualmente uma organização não funciona sem autoridade. A autoridade é comandar os outros para alcançar certos objetivos, ela resulta das atribuições de um cargo na estrutura organizacional. 


Existem basicamente duas visões de autoridade, a teoria formal e a teoria da aceitação, ambas contraditórias.

A visão da autoridade formal se encaixa nos padrões de estrutura organizacional, pois é conferida por alguém que sua vez recebeu de outrem, e assim até chegar aos donos ou sócios da organização.

A visão de autoridade por aceitação define que alguém tem autoridade quando é aceito pelo grupo, ou seja, se uma diretiva é aceita por alguém a autoridade de quem transmitiu também é aceita, e se houver contestação ou negação de realizar o que foi outorgado essa autoridade não é aceita.

Além da autoridade também é preciso poder, que é a capacidade de influenciar indivíduos, grupos, decisões ou eventos. E a autoridade nem sempre é proporcional à autoridade, podendo ser em maior ou menor grau.

O poder não é um mal nem pode ser visto como tal, pois ele é essencial para a consecução e realização eficaz das metas individuais, organizacionais e sociais.

Amitai Etzione notou que um líder pode influenciar o comportamento pelo poder do cargo, poder pessoal ou combinação de ambos.


O poder do cargo deriva da autoridade formal do cargo organizacional e depende da autoridade da posição, o poder pessoal vem pela extensão de respeito e admiração dos liderados.

Podemos destacar algumas fontes de poder como: legítimo; coercivo; de recompensa; de controle de informação; técnico e carismático.

A melhor maneira de expandir um poder é partilha-lo, embora muitos tenham medo de assim o fazer e perderem a autoridade ou dividirem a liderança que possuem.

Um gerente que é motivado pelo poder motiva seus funcionário, e o que é extremamente autoritário tende a desestimular seu pessoal.

Uma organização que quer crescer tem que descentralizar o poder, pois dá maior autonomia para seus gerentes agirem e dinamiza a empresa. Um poder centralizado é pouco ágil e só cabe ao modelo antigo de empresa que atuam dentro de um padrão limitado de visão e crescimento.

Se a linha de produtos ou serviços for ampla, maior é a tendência à descentralização, e o inverso é verdadeiro, quanto menos produtos ou serviços uma empresa oferece, maior é a centralização.

Rio de Janeiro, 15 de Maio de 2013.

Rodrigo Alves Faddoul

RH e o contexto Atual do Mundo dos Negócios

(Paulo Henrique Bolgar)
Resenha

O mundo dos negócios é marcado por aceleradas, complexas e significativas mudanças em todas as dimensões do ambiente humano-social, político, religioso, cultural, econômico, entre outras. E a velocidade destas mudanças impacta profundamente a sociedade como um todo, inclusive a gestão empresarial. Maior ainda é o impacto no mundo dos negócios, sendo destacados:

Globalização e Competição: A globalização traz acirrada competição à nível global, impondo regras próprias, como transformar produtos e serviços em commodities, assim como preços globais e atuação e capacidade em nível mundial, atendimento ágil e tecnologia.  Tem-se o desafio de criar capacidades organizacionais globais e movimentar talentos, ideias e informação global, com produtos e serviços competitivos, diversificados e muitas vezes específicos.

Novas demandas do cliente: O cliente está mais exigente, quer produtos e serviços diversificados, com qualidade e bom preço, além de ter mais consciência de seus direitos e estarem cobrando mais. O foco principal passa a ser o cliente nas organizações de alta performance e visão.

Tecnologia e Inovação: A tecnologia se inova de modo assustador, diminuindo o ciclo de desenvolvimento e lançamento de novos produtos. Mudam vetores ambientais e ciclo de vida de produtos e serviços afetando o desenvolvimento humano. A sociedade é alavancada com a tecnologia e paradigmas são quebrados. A tecnologia tornou o mundo menor, mais próximo e mais veloz. O trabalho está sendo mudado com as novas tecnologias, pode-se trabalhar em lugares diversos, porém sempre conectados à empresa pela telecomunicação.

Conhecimento e Capital Intelectual: O capital intelectual é o ativo mais valioso de uma organização. O valor agregado de uma empresa pelo conhecimento de seus funcionários ou seus sistemas de informação traz competitividade e diferencial.

Empregos e Relações de Trabalho: A definição de emprego está sendo questionada, pois surgem novos modelos e estruturas de organização, como redes de empresa, empresas virtuais, terceirização, etc. O desemprego global e falta de preparo tecnológico e educacional por pessoas eleva o aumento de atividades informais e autônomas.  Tais trabalhadores informais ou autônomos mudam as relações de trabalho, pois não gozam dos direitos trabalhistas.

Reestruturação Industrial e Tecnologia de Gestão Organizacional: As empresas buscam serem mais competitivas devido às mudanças de ambiente, e adotam reestruturações organizacionais e implementam ferramentas e tecnologias de gestão tais como programas de redução e enxugamento de estruturas e níveis hierárquicos, entre outros.

Esse cenário traz profundas e bruscas mudanças externas e internas nas empresas, fazendo com que se busquem novas alternativas e oportunidades de negócios. Essa competição torna o fator humano o diferencial de competição e sucesso no mercado, seja na forma de capital intelectual, tecnologia, prestação de serviços ou outros, que tem origem e fundamentos de pessoas.

Rio de Janeiro, 15 de Maio de 2013.

Rodrigo Alves Faddoul

Cultura, Mudanças e Desenvolvimento Organizacional

(Baseado em: Wagner, J. A. & Hollenbeck, J. R., Comportamento Organizacional: Criando vantagem competitiva. Cap. 13. São Paulo: Saraiva, 2002)

Resenha

Em uma organização fatores como cultura, mudança e desenvolvimento organizacionais afetam e refletem questões de poder, estrutura e desenho organizacional.
A cultura é um padrão de suposições básicas, ensinadas como as forma correta de os membros perceberem, pensarem e sentirem os problemas da empresa. Porém há também regras, procedimentos e interligações não oficiais, introduzidas de maneira espontâneas pelos membros.

A cultura organizacional é composta de elementos, a saber: Cerimônias; Ritos; Rituais; Histórias; Mitos; Heróis; Símbolos; e Linguagem. Tais elementos ilustram de forma pedagógica as ideias, normas, metas, ações, propósitos, valores e visão da empresa.

Toda essa cultura informal e não oficial vem de normas e valores culturais, que os gerentes tentam influenciar e manipular para comunicar os valores e normas da empresa.
Desenvolvimento organizacional é planejar, implementar e estabilizar resultados de uma mudança organizacional, é desenvolver e avaliar intervenções específicas ou técnicas de mudança.

Toda mudança traz resistência, pois soa como ameaça à maneira estabelecida de fazer as coisas, e essa resistência só é superada mediante educação, comunicação, participação, envolvimento, apoio, e até mesmo barganha, persuasão oculta e coerção, entre outros métodos.

A Pesquisa-Ação é importante para avaliar e desenvolver procedimentos originais e inovadores, abrangendo sete etapas, a saber: Identificação de problemas; Consulta; Coleta de dados e diagnóstico provisório; Feedback para a organização-cliente; Diagnóstico conjunto e planejamento da ação; Ação e Coleta de dados e avaliação pós-ação.
  
Para alcançar a profundidade de uma intervenção de DO existem quatro tipos de intervenções, sendo elas: Interpessoais, Grupais, Intergrupais e organizacionais. Tais intervenções são aplicadas de acordo com a profundidade que se exige da intervenção. Cada qual tem a função de lidar com as pessoas e suas inter-relações de trabalho, com a equipe, com a motivação e com o feedback.

O planejamento de sistemas abertos ajuda a conceber maneiras de se realizar a missão de sua empresa à luz das demandas e restrições de grupos de clientela no ambiente da organização, e consiste em cinco passos: Identificar a missão ou propósito central; Identificar grupos e clientela importantes; Planejar o “é” e o “deve ser”; Analisar respostas atuais aos grupos de clientelas; Planejamento da ação.

O Planejamento de sistemas aberto ao contrário das demais ações de DO, dá atenção primordial aos fatores externos à organização que podem influenciar o desempenho organizacional.

Rio de Janeiro, 10 de Maio de 2013

Rodrigo Alves Faddoul

Cultura e Mudança Organizacional: Em busca da compreensão sobre o dilema das organizações

(Carmen Diva B. Monteiro, Elvira Cruvinel Ventura e patrícia Nassif da Cruz)

As empresas são compostas basicamente de pessoas, e essas pessoas ao entrarem para a organização absorvem a visão e modo de ser da empresa, que começa com seu fundador, e passa pela história da mesma, incluindo suas vitórias e fracassos. Conhecer o modo de ser de uma empresa e agir de acordo com ele é saudável, mas tem que se tomar cuidado para que essa visão não engesse o pessoal da empresa, fazendo com que se acomodem e percam a visão de empreendedorismo.

Uma empresa que se acomoda passa a achar que o pequeno nicho do qual faz parte é o suficiente e não busca algo maior, pois a pequenez não demanda esforço. E a chefia tampouco pode se dar ao luxo de estagnar, pois a gerência é o espelho dos funcionários. Uma chefia estagnada demonstra uma empresa que perdeu a capacidade de ver o que se passa ao redor, vivendo da história, do que outrora foi a empresa.

Quando aparece um funcionário com a visão empreendedora ele pode ser aceito como um novo talento, mas também pode ser execrado pelos seus pares, pois não querem sair do ostracismo cômodo em que estão. A liderança que não souber aproveitar o talento de visionários tende a perde-los para a comunidade empresarial dinâmica que não compartilha da visão apequenada de sua empresa.

Um empreendedor não se conforma com sua visão ser ignorada, pois tem o caráter de um líder que busca algo maior, que não quer viver num pequeno lago, mas sim num grande oceano, aonde sua visão será compartilhada e aproveitada.

Uma empresa não precisa abrir mão do seu passado para viver o novo, basta apenas saber que embora chegar a uma visão de maior dimensão demande esforço e tenha obstáculos, o mundo se abre numa infinidade de possibilidades a ser exploradas.

Tal qual um messias assim é o visionário empreendedor, que chega para abrir as grades que seguram o jorrar de novas ideias, trazendo a visão global de mundo empresarial, e renova amplia os horizontes de atuação, evitando que o pequeno e plácido lago da empresa acomodada se extinga em si mesma, morrendo pela própria falta de visão e atitude empreendedora.

Rio de Janeiro, 13 de Maio de 2013

Rodrigo Alves Faddoul